Através de muita música e troca de experiência a Banda Vencedores por Cristo roda o país na expectativa de fomentar os ministérios de louvor. A banda se tornou um fenômeno musical na década de 1980, quando foi o primeiro grupo a fazer música gospel com o jeitinho brasileiro. Hoje eles já têm 18 trabalhos gravados. A atual formação da banda esteve em Governador Valadares em abril para o lançamento do 1o Congresso Valadares em Louvor e Adoração, que está marcado para o próximo mês de setembro. Em nome da VPC, o músico Davi Heller Julião deu uma entrevista para Buana Comunicação, parceira da revista Marca Cristã. Davi tem 29 anos e dirige o Acampamento Betel em Sousas, região de Campinas. Ele é produtor e pesquisador na LPC Comunicações e cursa a faculdade de Ciências Sociais.
Buana: A atuação dos cantores cristãos tem sido cada vez mais repercutida pela mídia secular. Como avaliam essa conquista?
Davi: É difícil saber se a mídia secular tem valorizado a música cristã, ou se é a música cristã que tem atendido às demandas do mercado. Infelizmente trabalhos de grandes compositores como Stênio Marcius, João Alexandre, Carlinhos Veiga e Jorge Camargo, que primam pela qualidade técnica, teológica e artística, não encontram espaço na grande mídia, porque o espaço é aberto para trabalhos com forte apelo comercial. A VPC tem sido reconhecida, mas buscamos não perder o nosso foco, que é ter profundo apego às coisas do alto.
Buana: Os integrantes da VPC têm diferentes profissões. Isso contribui no trabalho do grupo. Em um momento onde existem muitas opções, mas não se sabe que caminho profissional tomar, que conselho vocês dão aos jovens?
Davi: Hoje é realmente difícil decidir sobre a vida profissional. O que acontece é que há uma cobrança por resultados rápidos, ou seja, cada vez mais cedo tem que se decidir sobre o que se vai fazer pelo resto da vida. É preciso pensar: nós somos o que fazemos? A profissão não é exatamente um fator determinante de nossa existência. Mas hoje essas escolhas fundamentam nossas relações, uma vez que nossos relacionamentos parecem não ser construídos entre gente, mas sim entre máquinas: quando uma delas sofre uma pane toda a produção é prejudicada. Precisamos entender que somos gente, independente do que fazemos ou temos, afinal possuímos uma dignidade advinda da imagem do próprio Deus. Precisamos lembrar que não somos nós que nos mantemos, mas sim àquele que veste os lírios do campo. Buscar viver a vida de forma profunda e dar tempo e espaço para que o seu caráter seja moldado podem ser etapas de um bom caminho.
Buana: A VPC foi formada por grandes nomes da música cristã, como Guilherme Kerr, João Alexandre e Nelson Bomilcar. Pesa sobre vocês a responsabilidade desses nomes?
Davi: Lembrar de onde viemos é entender onde estamos e para onde vamos. Aqueles que nos antecederam representam um movimento marcado pela profundidade na experiência do cristianismo e são seres humanos normais. É interessante ver que as pessoas ainda os buscam em nós. E de certa forma eles estão lá. Mas a forma que temos encontrado para lidar com isso é assimilando de maneira tranqüila (apesar de às vezes não ser fácil) a responsabilidade de levar a todas a palavra do Pai, assim como eles fizeram.
Buana: Como fazem para alinhar trabalho, família, vida social e banda VPC, uma vez que viajam tanto para fomentar e capacitar ministérios de louvor.
Davi: E um grande desafio. Mas precisamos entender que o ministério, seja qual for, começa em casa. A missão dá um valor forte para a vida pessoal. Atualmente a banda tem autonomia pra gerir a agenda e somos constantemente incentivados a dedicarmos tempo as nossas famílias. No grupo temos a oportunidade de contar uns com os outros, de ouvir o Pai através do outro. A afinidade do grupo nos ajuda a resolver as dificuldades.
Buana: Que dica deixam para os ministérios de música?
Davi: É importante que todos entendam que louvor e adoração não é música. A música apenas expressa uma condição. Esperamos que essa noção permeie nossas mentes lembrando-nos sempre que o que fazemos é extensão do que somos. Se pretendemos fazer louvor, que nossas vidas sejam louvor.
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